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3.07.2015

Relações de hospitalidade no contexto da administração pública

Por: Aristides Faria

Na noite da última sexta-feira (06) o Brasil acompanhou a publicação da lista de nomes de políticos potencialmente relacionados com um esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal sob o título “Operação Lava Jato”.

Ao todo, foram citados 22 deputados federais, 12 senadores, 12 ex-deputados e uma ex-governadora de seis partidos (PMDB, PT, PP, SD, PSDB e PTB). Há outras pessoas que serão investigadas, mas que não têm ou já tiveram cargos eletivos.

O evento – quase cinematográfico – da noite passada conota um apagão institucional, ou seja, uma crise de liderança pela qual passa o Brasil. As métricas para consecução de um cargo público, naturalmente, são diferentes daquelas exigidas para a obtenção de uma colocação em um emprego na iniciativa privada. Ocorre que os valores que orientam a avaliação do profissional são basicamente os mesmos.

Há um mantra no mundo corporativo que diz: “as pessoas são contratadas por suas competências e demitidas por seus comportamentos”. Não é por ocaso que esse pensamento é predominante tanto no âmbito empresarial quanto na gestão pública. Faz todo sentido!

Bem, a partir de algumas reflexões sobre a qualidade dos relacionamentos profissionais que vivo ou já vivi, pensei em escrever esse texto para compartilhar algumas inquietações a respeito das “relações de hospitalidade”.

Não vou teorizar, tampouco convidar outros autores para essa conversa – quase despretensiosa. Minha intenção é externar algumas “viagens” e convida-lo, amigo leitor, a fazer o mesmo. Assim, juntos, formaremos uma corrente de pensamento... espero que positiva.

Ademais das competências profissionais, qualidades e características pessoais ou sua filiação partidária, você escolheu – voluntariamente ou não – algum motivo para votar em um determinado candidato nas últimas eleições. Provavelmente há alguma empatia com sua figura pública ou qualquer tipo de esperança, expectativa e confiança em seu trabalho.

O que as “reações de hospitalidade” têm a ver com essa conversa? No momento em que um servidor público ocupante de um cargo eletivo – ou não – se beneficia de seu alto posto na hierarquia governamental para a obtenção de benefícios próprios, ele infringe, antes de leis e regulamentos, um laço de confiança.

Essa pessoa desconsidera a crença que outrem depositou em si anteriormente. Esse “profissional” – por conta de seu comportamento – responderá (provavelmente!) por seus – sempre supostos – atos, mas nesse momento as vidraças já estão trincadas e a relação de confiança poderá nunca mais ser reestabelecida.

Acredito, então, que as tais “relações de hospitalidade” são alicerçadas em valores como a confiança mútua, o diálogo aberto e franco, na transparência de intenções, na colaboração e cooperação entre as partes, na certeza reciprocidade, no altruísmo e no genuíno interesse de servir.

Ser hospitaleiro, pois, tem a ver com estabelecer, manter e sempre renovar laços de verdadeira confiança no próximo. Eu confio em você! E você? Confia em mim?


Um forte abraço,

Sucesso sempre!

Aristides Faria

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