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7.29.2009

O blablablá das empresas está a cada dia mais cheio de eufemismos

..:: Fonte: O Globo

O que você entende da frase "tal colaborador foi desligado"? Antes de pensar que um consultor de sua empresa se mostra desatento ou que um colega que tem contrato temporário foi dispensado de um projeto, experimente trocar a palavra colaborador por funcionário e desligado por demitido. Captou a mensagem? Cada vez mais, palavras usadas no discurso das companhias - seja no trato com o funcionário, cliente ou fornecedor - vêm sendo substituídas por outras, capazes de amenizar o que realmente significam.

Apontada por especialistas em recursos humanos (RH) como uma ferramenta aplicada para manter um bom clima organizacional, esse vocabulário também é entendido como um reflexo da falta de transparência, gerando imprecisão. Resumo da ópera: se você faz, bem, mil coisas diferentes ao mesmo tempo no trabalho, não adianta reclamar que está "sobrecarregado". A empresa provavelmente gosta e considera você um funcionário "multifuncional".

Manda quem pode, obedece quem tem juízo? Não mais, pelo menos segundo especialistas em RH. No dicionário das empresas, a figura do "chefe" - que cobra metas e resultados - vem sendo substituída cada vez mais pela do "gestor". E a lista não para por aí.

- Ser chefe remete a uma liderança estagnada e autoritária. O gestor planeja, administra e pensa estrategicamente - enumera Ana Maffra, diretora de RH da Equipe Certa. - O exemplo é apenas um, entre muitos, que refletem uma necessidade das empresas de traduzir em palavras um novo paradigma.

O problema é que, muitas vezes, apropriações erradas acontecem. Segundo Ana, credibilidade não se ganha apenas com a mudança de um nome:

- É preciso que a pessoa, a empresa, aja como tal.

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