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1.07.2009

Um estranho no ninho: o que fazer quando não se identifica com a empresa?

Por: Karin Sato - InfoMoney

É o primeiro dia de trabalho no emprego novo. Um frio na barriga recobre todos os sentidos do profissional. Ele entra em uma grande sala, onde cerca de 30 profissionais trabalham, cada um em sua baia. E então tem uma grande decepção: em um primeiro momento, aquelas pessoas parecem não ter nada a ver com ele!

Algumas são novas demais, outras parecem ser superficiais. A turma das patricinhas é a que mais assusta! Na hora do almoço, uma surpresa: as pessoas se mostram nada amigáveis, já que ninguém o chama para almoçar. No almoço, sozinho, o profissional já começa a sentir falta dos antigos colegas de trabalho, com os quais tinha muita, muita afinidade. Pensavam de forma parecida, o papo era o mesmo.

Agora, a nova empresa, em sua totalidade, parece estranha. Os chefes, os colegas, as manias aparentes do lugar.

O que fazer

É difícil, em um momento delicado desses, dizer às pessoas o que fazer. Cada um sabe o que busca para si. Mas o fato é que uma dose extra de cautela não faz mal a ninguém. Para a coordenadora de Recrutamento e Seleção da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Pérola Lucente, o importante é não se deixar levar por impulsos e tomar atitudes que podem ser prejudiciais.

"A princípio, quando o profissional percebe que está vivendo uma situação na qual não se identifica com seus colegas, chefes ou valores da empresa, ele deve ter cautela. É importante que ele entenda que situações assim são comuns a outros profissionais. A diferença é a forma como cada um lida com a situação", diz ela.

Lembre-se do que o levou àquele emprego

Antes de mais nada, é imprescindível fazer uma análise real do momento, avaliando os motivos e as vantagens que levou o profissional a optar pelo emprego. Desta forma, ele poderá identificar o grau de importância daquele emprego e o impacto dele em sua carreira. As vantagens podem ser inúmeras: salário alto, perspectiva de crescimento, qualidade de vida, benefícios.

"O importante é ter claro o que se esperava da organização quando foi contratado", afirma Pérola. "Com isto definido, o profissional deve procurar se adaptar à nova estrutura, sendo flexível quanto a aspectos que possam incomodá-lo e avaliando o peso de cada um deles em relação ao seu bem estar no ambiente de trabalho".

Construindo novas relações

Ela lembra que, em cada organização pela qual passamos, temos um trabalho inicial de conquista, uma vez que, dentro do novo ambiente, as pessoas não nos conhecem e não sabem como "funcionamos". E a construção de novas relações pode dar trabalho! As palavras de ordem são: flexibilidade e adaptação.

A questão é que o problema pode não estar nos outros, mas em si próprio. "As pessoas poderão mudar a partir da mudança de seu próprio comportamento", diz Pérola, que recomenda dar tempo ao tempo.

O esforço foi em vão?

"Caso o profissional perceba que, apesar de todos os esforços, a fase inicial de adaptação à nova realidade não passou e permanece como um grande incômodo, trazendo infelicidade, aí sim, ele poderá avaliar novamente os impactos de sua demissão e, desta forma, tomar a decisão mais acertada. O importante é entender que o trabalho toma grande tempo de nossas vidas e, dentro dele, temos de buscar a realização e felicidade", finaliza a coordenadora de Recrutamento e Seleção.

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