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11.19.2008

Gestão de seja lá o que for...

Por: Aristides Faria

Há diversas maneiras de fazer referência às pessoas que trabalham dentro das diversas organizações, sejam privadas, públicas ou do terceiro setor. Uma delas é, justamente, a visão do trabalhador enquanto um cliente interno. Não necessariamente como um comprador de seus produtos ou serviços, mas como alguém que assume, adquire frutos da companhia. Frutos? Sim, salário, benefícios, prêmios, reputação, status, por exemplo.

Outra possibilidade é trata-lo enquanto um colaborador. Alguns críticos pensam que se trata de pura retórica e que é apenas “politicamente correto” chamar o trabalhador de “colaborador”, enquanto as tarefas continuam enfadonhas e a remuneração inferior à média. Bem, a verdade é: laborar é sinônimo de trabalhar e o prefixo “co” quer dizer algo comum, compartilhado. Assim, duas pessoas que trabalham juntas... co/laboram. Sem mitos. Independente das condições de trabalho, é correto usar o termo. Agora, a questão é melhorar as condições de trabalho e promover a alto estima e o orgulho de pertencer a uma comunidade.

Existe a possibilidade de intitular o trabalhador como “empregado”. Mais uma vez, polêmica. Ora, se a pessoa está vinculada a uma determinada organização por meio de um contrato de trabalho... ela é empregada. E pronto. Há correntes que preferem não usar este termo para designar os colaboradores. Como se isso transformasse toda uma prática diária, que pode ser das piores ou “dos sonhos”.

Bem, uma última visão que gostaria de abordar é a dos “recursos humanos”. Não vejo problemas em considerar as pessoas como recursos, desde que o gestor tenha discernimento para considerar tudo o que está por trás do desempenho destas pessoas. Elementos como família, traumas, trabalhos paralelos, compromissos do cônjuge que o envolvem, estudos, sonhos, saúde/doença, distúrbios.

Convenciona-se chamar de “Fatores de Produçã” cinco recursos básicos a todo processo produtivo/comercial. Idalberto Chiavenato (Administração de empresas: uma abordagem contingencial, Idalberto Chiavenato, McGraw-Hill, São Paulo, 1982, pag. 57) desenvolveu a teoria conhecida como 5M´s. São os seguintes:
A. Recursos materiais ou físicos (tradicional Natureza), em inglês "Materials and Machinery";
B. Recursos financeiros (tradicional Capital), em inglês "Money";
C. Recursos humanos (tradicional Trabalho), em inglês "Man";
D. Recursos mercadológicos, em inglês "Marketing";
E. Recursos administrativos, em inglês "Management".

Invariavelmente, todos estes elementos inerentes ao processo produtivo fundem-se hora em maior, hora em menor escala para materializar o processo produtivo e/ou comercial. Na questão do equilíbrio na fusão, as diferenças entre os setores primário (agrícola), secundário (produtivo), terciário (serviços) são, por exemplo:
1. A demanda por mão-de-obra braçal no setor primário, que contempla toda atividade relacionada com a exploração dos recursos naturais, sem a manufatura dos mesmos. Fazem parte deste setor a mineração, a agricultura, a silvicultura, a pesca e a pecuária.

2. A necessidade de tecnologia e estrutura produtiva do setor secundário, que inclui os processos de transformação das matérias primas. Fazem parte dele as indústrias de siderurgia, químicas, mecânicas, têxteis ou de bens de consumo, entre outras muitas.

3. A dependência de mão-de-obra intelectual (ou Capital Intelectual), pois os serviços abrangem setores como o transporte, a comunicação ou as transações financeiras, além de outros destinadas a satisfazer as demandas relacionadas com o lazer, ou o turismo, por exemplo.

Importante observar que o nível de desenvolvimento econômico de um país pode ser medido pelo índice de transferência de um setor a outro. As sociedades modernas tendem a ocupar a maior porcentagem da sua população ativa no setor terciário e cada vez menos no primário.

Concluindo, cabe ressaltar que pouco importa o nome com o qual a organização se refere ao seu empregado. Mas, vale a pena ser polido e trata-lo por “co/laborador”, pois, apesar de estar vinculado por um contrato de trabalho (“empregado”), adquirir bens, serviços, remuneração e produtos (“cliente interno”) a partir do negócio, ser um elementos/recurso produtivo (“recurso humano”) ao mesmo tempo, é uma pessoa que compartilha seu trabalho para o sucesso do projeto de toda empresa (comunidade).

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