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11.11.2008

Cruz credo, vou ter que “chefiar” a equipe?

Por: Eugen Emil Pfister Júnior – RH.com.br
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De volta ao passado, isto é, de volta à questão de liderar, gerenciar ou chefiar. Alguns leitores já conhecem a minha opinião, porém, vamos à resposta. Lidere, gerencie e chefie na hora certa, na situação adequada e diante dos comportamentos que requeiram este ou aquele estilo de gerenciamento.

Lidere quando se tratar de criar uma coalizão de corações e mentes em direção ao futuro; quando for preciso inspirar a equipe através do – bom – exemplo do líder. Lidere quando a equipe for madura profissional e emocionalmente, e, para caminhar com as próprias pernas, só precisa de diretrizes gerais e um empurrãozinho motivacional aqui e ali.

Gerencie quando se tratar de organizar e administrar as rotinas de trabalho, estabelecer metas e prioridades, canalizar recursos e talento humano para alcançar resultados.

Chefie quando o moral da equipe estiver baixo e os conflitos em alta. Chefie quando for preciso disciplinar os desobedientes; dar um basta aos incompetentes; superar as crises organizacionais que deixam todos atônitos, sem rumo ou prumo.

Adoraria estar enganado. Porém, caro leitor, olhe à sua volta e constate com os próprios olhos os benefícios da chefia na hora certa. O “dialoguismo”, o democratismo, o “pisar em ovos” diante dos “subordinados” na escola, na família e no trabalho geram problemas psicológicos, comportamentais e sociais graves.

Será que um professor deve pedir “pelo amor de Deus, estudem! Façam a lição de casa”? Ou um gerente deve implorar para que um subordinado indisciplinado e contestador seja mais cooperativo?

Nos momentos críticos, dúvidas existenciais ou semânticas sobre se devemos liderar ou gerenciar são supérfluas e contraproducentes. A ordem é ENFRENTAR A CRISE e dar a volta por cima, nem que seja a custo de alguns berros ou pontapés nos nobres traseiros da equipe.

A despeito das lendas organizacionais, a autoridade é uma instituição fundamental para a vida social organizada. Sem ela o tecido social se esgarçaria, conforme um dito tão a gosto dos sociólogos.

Sejamos claros. Pais que não traçam limites junto aos filhos contribuem para sua desorientação moral, vocacional e outras condutas reprováveis. Gerentes hesitantes que toleram o baixo desempenho dos seus subordinados, apenas protelam o desfecho desfavorável e inevitável que é despedi-los, antes que contaminem o moral da equipe. Isso sem falar de presidentes, governadores, prefeitos e juízes confusos e intimidados diante de atos arbitrários e ilegais de movimentos - que se dizem sociais - que podem tudo e a quem não se cobra nada.

A história mostra com todos os pingos nos “is” que líderes titubeantes, paternalistas ou sem vocação para chefiar quando é preciso estão associados a grandes fiascos políticos, econômicos ou militares. Ela também ensina que, quando contam apenas com a vocação para comandar, eles se tornam chefetes tiranos e, em conseqüência, deixam de ser líderes. É preciso discernir quando atrair os holofotes sobre si e assumir as rédeas do espetáculo, e de quando deixar a equipe se autogerenciar.

Há circunstâncias em que o correto é orientar a equipe. Em outras, usar a sua posição e prestígio para negociar recursos junto à alta administração. Noutras, exercer a autoridade para direcionar os esforços em relação a metas organizacionais. E, quando o céu é de brigadeiro, o melhor a fazer é deixar o leme nas mãos da própria equipe.

Existem outros papéis a serem desempenhados, tais como mentor, coach, motivador, missionário, amigo e assim por diante. Qualquer papel não é bom ou impróprio em si. Tudo depende das circunstâncias.

É por isso que, de tempos em tempos, é preciso advertir, disciplinar, arbitrar, decidir, repreender e demitir, mesmo quando essas decisões contrariem desejos, opiniões e interesses de amigos, colegas de trabalho e as nossas inclinações pessoais. Curiosamente, o aspecto do papel gerencial é escondido no porão. Não figura entre os temas prediletos das palestras, seminários e literatura gerencial. Porém, incômodo ou indigesto, faz parte do show.

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